A origem
A comunidade de Ubarana, segundo os assentamentos existentes, teve sua origem com a doação de uma gleba de terras, constante de 25 (vinte e cinco) alqueires, efetuada pela família Pinto, localizada hoje, a meio caminho entre a cidade de José Bonifácio e o rio Tietê, no ano de 1907.
A essa época, já se verificava na região o assentamento de moradores, dispensados por grande número de pequenas propriedades.
Levado por ideais de profecia ao culto religioso, foi que, juntando esses moradores, no dia 31 de dezembro de 1910, houve por bem, erguer a primeira cruz construída de madeira, símbolo da redenção para os cristãos, marco primeiro, onde, posteriormente, daria lugar à construção da igreja, tendo em São Pedro o seu Padroeiro.
Com o decorrer dos anos e havendo na região a predominância de pequenas propriedades rurais, cujo número chegava em torno de quatrocentas, Ubarana experimentou um ascendente surto de progresso, em função mais desse retalhamento das terras localizadas em suas cerâmicas, contando com um comércio ativo, com várias casas comerciais (secos e molhados), três padarias, três farmácias, quatro bares, duas máquinas de benefício de arroz, duas máquinas de beneficiar café etc.
Criação do distrito
Em razão dessa ascensão da vila, Ubarana foi em dezembro de 1925 elevada à categoria de distrito, tendo a instalação de seu cartório, ocorrido a 24 de Abril de 1926, tomando seu primeiro escrivão posse em 8 de abril do mesmo ano. No apogeu de seu desenvolvimento econômico, o distrito chegou a contar com um número aproximado de 100 olarias, espalhadas em sua maioria pelas pequenas propriedades rurais.
Esse ascendente desenvolvimento que se verificava no distrito de Ubarana, até 1939, pois com a chegada de novos moradores provindos de outras regiões, possuidores de abastados recursos financeiros, posteriormente foram adquirindo as pequenas propriedades e anexando-as umas às outras, transformando a região em propriedades constituídas de vastas áreas, pertencentes hoje a poucos proprietários, que das mesmas não mais se desfizeram, tampouco as parcelaram.
A decadência
Com a concentração das terras em poder dos novos proprietários, verificou-se o esvaziamento do contingente populacional, tanto no setor rural, como também na sede do distrito, entrando Ubarana em franca decadência com a transferência dos estabelecimentos comerciais para outras localidades, ocasionando o enfraquecimento do comércio de maneira acentuada e, consequentemente, a desestabilização da economia do distrito.
No setor rural, com a predominância das grandes propriedades, que em sua maioria permaneceram ociosas, e, mesmo assim, aquelas que seus proprietários se propunham a produzir, os faziam com atividades ligadas à pecuária, que empregava um número mínimo de trabalhadores, fizeram com que seus antigos donos e moradores das localidades procurassem outras regiões.
Essa estagnação do desenvolvimento ocorrida no distrito de Ubarana também foi influenciada pelo desenvolvimento atingido por José Bonifácio, aquela época localizando-se mais próximo de São José do Rio Preto, polo centralizador de toda a região, servida por vias de acesso até certo ponto acessíveis e mais práticas. José Bonifácio, então, arrebatou para si aqueles que em Ubarana não encontravam condições satisfatórias, pois, uma vez ali, poderiam alcançar em São José do Rio Preto uma assistência mais efetiva nos variados aspectos de suas necessidades.
É nesse estágio de decadência, onde pouco proporcionava a seus moradores, que Ubarana permaneceu até o fim da década de 1950 e início dos anos 60.
A reestruturação
Na década de 60 foi que se deu origem à construção da rodovia BR-153. Com a construção da rodovia, ligando São José do Rio Preto a Lins (Transbrasiliana), razoável prosperidade experimentou o distrito de Ubarana, após relacionar-se mais satisfatoriamente com os polos desenvolvidos da região, agilizando a comercialização de seus produtos, mantendo uma inter-relação quase perfeita em um intercâmbio de seus interesses.
Na década de 70, abre-se o novo horizonte e começa a nova história.Os moradores puderam constatar que no rio Tietê a argila era de boa qualidade para a produção de material das cerâmicas.
Sendo assim, foram construídas quatro cerâmicas, e com isso surgiu grande procura de empregos, e várias famílias se mudaram para Ubarana.
A emancipação
Era 29 de Julho de 1989, o Diário Oficial do Estado publica a Emenda nº 233 ao Projeto de Constituição, proposta pela Frente Distrital Paulista de Emancipação, criando novos municípios, na qual estava incluída a cidade de Ubarana.
Com base na Constituição Federal de 1988, a emancipação político-administrativa dos distritos deverá seguir os trâmites legais estabelecidos por legislação estadual.
No entanto, antes mesmo da promulgação da nova Constituição Federal, em março de 1987 foi fundada a Frente Distrital Paulista de Emancipação. Políticos e a comunidade de Ubarana começam a se movimentar, no sentido de atingir tal objetivo, tendo como representante na entidade o Senhor Maurílio José Bailo.
Em 22 de abril de 1988, a Associação Comunitária do Distrito de Ubarana, (ACDU) formaliza pela primeira vez a solicitação à Assembléia Legislativa do Estado para a constituição do Município. Tal solicitação foi acompanhada da relação nominal de 112 eleitores do distrito, que faziam parte da referida associação.
A tramitação do processo junto à Assembléia Legislativa do Estado obteve o apoio do então deputado Aloysio Nunes Ferreira.
Foi por iniciativa do deputado estadual Edinho Araújo que Ubarana deu seus primeiros passos para se tornar um município.
O Distrito de Ubarana atendia a todos os requisitos exigidos pela nova lei estadual que dispunha sobre a criação, fusão, incorporação e desmembramento de municípios e criação, organização e supressão de Distritos.
Assim sendo, a 4 de dezembro de 1990, em sessão extraordinária do plenário da Assembléia Legislativa, o processo de emancipação política coadministrativa foi aprovado e pela resolução nº 694/90, de 21 de dezembro de 1990, aquela Casa de Leis solicita ao Tribunal Regional Eleitoral a realização do plebiscito, que foi autorizado pelo Acórdão nº 109.347, publicado dia 15 de março de 1.991.
A data marcada para o plebiscito foi 19 de maio de 1991 conforme publicação no Diário Oficial do Estado.
O plebiscito foi realizado e 94% dos eleitores que votaram concordaram que Ubarana deveria ser um município.
Pela Lei nº 7664/91, de 30 de dezembro de 1991, que dispôs sobre as alterações no quadro territorial administrativo do Estado de São Paulo, foi estabelecida a área territorial de Ubarana com as respectivas divisas com os municípios de José Bonifácio, Mendonça, Adolfo, Promissão e Barbosa.
Estava assim realizado o sonho da maioria da população ubaranense, sua emancipação política-administrativa já era realidade. Restava agora, batalhar para a instalação do novo município brasileiro.
A primeira eleição
Em 03 de outubro de 1992, foi realizada a primeira eleição municipal na cidade para preenchimento dos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereadores.
Dos 2076 eleitores do novo município, votaram 1.920, e o primeiro prefeito eleito pelo voto popular e direto teve 1.150 votos, Maurílio José Bailo, tendo como vice-prefeito o Josias José dos Santos.
A tão esperada instalação ocorreu solenemente, com a posse dos eleitos em 01 de janeiro de 1993.
(Fonte: Arquivo Municipal)
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